O evento reuniu na comunidade de Boquete, província panamenha de Chiriquí a uns 250 delegados de toda a América Central provenientes de comunidades indígenas e coletivos ambientalistas e de resistência à instalação por parte de grandes consórcios transnacionais de projetos de barragens. Também houve presença de delegados e observadores do Equador, Argentina, Itália, Espanha e Finlândia.

Depois de definir a América latina e o Caribe como um território que ainda é visualizado como espaço de usurpação de seus recursos naturais do empresariado dos países centrais, o encontro indicou que as populações locais “são as principais vítimas de um modelo de economia obsessionado pelo crescimento econômico que atenta contra a vida e favorece a avarícia de um reduzido grupo de empresas e pessoas”.

“Esse modelo de sociedade está privatizando a vida mesma através do patenteamento de nossos conhecimentos ancestrais e a apropriaçaõ com fins comerciais da biodiversidade, a produção transgênica, o controle transnacional da produção, com a consequente perda de segurança e soberania alimentar. A isto soma-se a construção de mega-projetos mineradores, hidrelétricas, turísticos, etc.”, diz a declaração final do evento.

Sobre os motivos que levaram a realizar o encontro em Panamá. Acosta disse que a ofensiva das transnacionais para a instalação de grandes infra-estruturas é comum a todos os países centro-americanos, pelo que se procura um critério de rotação e o sexto encontro foi marcado para a Costa Rica.