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7 de Abril de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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Pedro Alcântara havia denunciado em dezembro do ano passado que estava recebendo ameaças de morte. Naquele momento, o referente da Federação de Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf) no estado brasileiro de Pará responsabilizava diretamente a fazendeiros locais com os que se havia enfrentado em sua militância pela terra e a reforma agrária.
Pedro foi assassinado no dia 31 de março de cinco tiros na cabeça por dois homens em moto que ainda não têm sido identificados. Foi atacado quando caia a tarde e enquanto caminhava junto a seu esposa, que poucas horas depois denunciou a emboscada.
Este novo crime no Pará, uma das zonas de maior conflitividade agrária do país, foi registrado horas depois de que se soubesse que o julgamento contra o suposto homicida da freira estadunidense Dorothy Stang havia sido suspendido. A missionária norte-americana foi assassinada em 2005 também por matadores de aluguel de latifundistas locais, e desde então tem se transformado num símbolo da luta pela terra no Pará.
O assassinato do dirigente da Fetraf tem sido repudiado em todo o território do Brasil pelas organizações sociais mais representativas. Foi denunciado pelo Comando de Combate às Práticas Anti-sindicais, que está integrado por todas as centrais sindicais e por órgãos de governo como o Ministério de Trabalho e Emprego, o Ministério Público de Trabalho, a Procuradoria Geral do Trabalho e a Secretaria Especial de Direitos Humanos, entre outras entidades.
Em dezembro do ano passado, o Comando interinstitucional organizou o seminário em Belém do Pará para denunciar as ameaças de morte contra dirigentes sindicais nessa região.
“É inadmissível que numa sociedade democrática, as relações de trabalho, autonomia e liberdade sindical previstas em nossa Constituição sejam flagrantemente descumpridas”, afirma o Comando num documento divulgado na segunda-feira 5 de abril.
A imprensa do Pará informa que a Polícia Civil trabalha intensamente no município de Redenção, onde foi registrado o homicídio, para encontrar os responsáveis, mas ainda sem sucesso.
Na imprensa de alcance nacional o crime não teve repercussão: somente o jornal Estado de São Paulo falou do assunto, embora o fez através de uma cita do estadunidense New York Times, que vinculou o caso de Pedro com a morte também impune da religiosa Stang.
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