O que você vê é um arquivo histórico.
Pedimos voluntários para trabalhar com a nova tradução na web.
31 de Maio de 2010 | Notícias | Direitos humanos
Baixar: MP3 (2 Mb)
“Sob a escuridão da noite, os comandos israelenses cairam de um helicóptero sobre o barco turco de passageiros Mavi Marmara, e começaram a atirar no momento em que seus pés tocaram a coberta.
Atiraram diretamente na multidão de civis, que dormiam”. Dessa forma começa o comunicado do movimento pacifista “Free Gaza” (ou “Gaza livre”, em espanhol), cujo comboio de barcos com ajuda humanitária para Gaza foi atacado na madrugada desta segunda-feira pelas forças de Israel.
O ataque aconteceu em águas internacionais, a 75 milhas da costa de Israel, violando diretamente a normativa internacional.
Em entrevista com Rádio Mundo Real, o Dr. Arafat Shoukri, diretor do Conselho de Relações Palestino-Européias e presidente da Campanha Europea para Acabar com o Sitio de Gaza -que participou da flotilha de ajuda da “Free Gaza”-, afirmou que na incursão israelense haviam sido assassinados de 16 a 19 ativistas, e haviam sido feridos outros sessenta.
Shoukri disse ainda que Israel negava-se a informar sobre o destino das centenas de ativistas que viajavam à bordo dos barcos de ajuda humanitária.
“Israel nega-se a fornecer a nossos advogados qualquer tipo de informação sobre exatamente quantas pessoas foram feridas, sobre quantas pessoas foram assassinada, ou sobre o destino daqueles que foram detidos”, afirmou.
Desde que foi conhecida a iniciativa da flotilha de ajuda, o governo israelense havia tentado impedí-la, acusando “Free Gaza” de estar armando uma provocação que não tinha fins humanitários.
Nos barcos do movimento transportavam-se elementos como materiais de construção, provisões médicas e brinquedas, e dentre os passageiros estava a prêmio nobel irlandesa Mairead Corrigan Maguire, o escritor sueco Henning Mankell, a ex-legisladora estadunidense Cynthia McKinney e parlamentares da Alemanha, Noruega, Suécia, Bulgária e Irlanda.
A ação militar de Israel foi condenada pelo secretário geral da Liga Árabe, Amr Moussa, o governo da Turquia e a Eurocâmara. Também o secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e a organização defensora dos direitos humanos Anistia Internacional, pediram uma investigação exaustiva do ataque.
Na entrevista com Rádio Mundo Real, Arafat Shoukri falou da resposta que esperavam de Israel e da comunidade internacional.
“Estamos exigindo que, em primeiro lugar, todos os prisioneiros sejam liberados, e que seja liberada a ajuda humanitária que estavamos conduzindo a Gaza”, disse Shoukri, e acrescentou que a outra demanda tinha a ver com que a comunidade internacional “investigue exatamente o que foi que aconteceu, e que logo leve os criminais que cometeram estes crimes à Justiça”.
“E finalmente, que seja levantado o sitio à Gaza”, concluiu Arafat.
Foto: freegaza.org
Rádio Mundo Real 2003 - 2018 | Todo material publicado aqui está sob licença Creative Commons (Atribuição - Compartilhamento pela mesma Licença). O site está construído com Spip, software livre especializado em publicações web... e feito com carinho.