27 de julio de 2010 | Noticias | Derechos humanos
Os habitantes da cidade iraquiana de Fallujah estão experimentando níveis de câncer e mortalidade infantil mais elevados que aqueles registrados entre os sobreviventes de Hiroshima e Nagasaki, depois de que ambas cidades japonesas foram atacadas com bombas atômicas em 1945. É o que indica um novo estudo científico, publicado no International Journal of Environmental Studies and Public Health.
O estudo, intitulado “Câncer, mortalidade infantil e razão por sexo dos nascimentos em Fallujah, Iraque, de 2005 a 2009”, foi realizado por uma equipe de onze pesquisadores entre janeiro e fevereiro deste ano, que foi conduzido por Chris Busby, Malak Hamdan e Entesar Ariabi. Durante a pesquisa, foram visitados 711 lares em Fallujah, e foi feita uma pesquisa a 4,843 pessoas.
No estudo, estipula que o nível de diagnósticos de câncer entre a população aumentou após o ataque conduzido pelos Estados Unidos contra a cidade há cinco anos. Os nívies de leucemia superam em 38 vezes os registrados no Egito, Jordânia e Kuwait, ao tempo que a possibilidade de câncer em crianças é 12 vezes superior e as possibilidades de que se registre câncer de mama são dez vezes mais altas.
Por outro lado, os níveis de linfoma en adultos e de tumores cerebrais, bem como os de mortalidade infantil, são sensivelmente maiores em Fallujah que nos países mencionados.
Além disso, na cidade iraquiano tem se produzido outra anomalia, que diz respeito a que a proporção de nascimentos de crianças tem aumentado enormemente, o que segundo os pesquisadores responde a um efeito mutagênico.
Numa entrevista que realizou à cadeia italiana RAI -e que foi reproduzida pelo jornal Theran Times- o professor de biologia molecular da Universidade de Ulster Chris Busby indicou que para produzir este tipo de efeitos, “teve que ter acontecido uma grande exposição a agentes mutagênicos em 2004, quando ocorreram os ataques” dos Estados Unidos.
“Devemos descobrir quais foram esses agentes. Embora muitos suspeitam que tratou-se de urânio, não podemos ter certeza sem que a investigação prossiga e sem um estudo de amostras da área que seja realizada de forma independente”, acrescentou.
No entanto, o acadêmico considerou que era muito possível que as mutações tivessem a ver com o uso de urânio empobrecido, que o Exército estadunidense utilizou em seu armamento, e que após utilizado, até 40% dele é liberado em pequenas partículas na área, onde pode permanecer durante anos.
O urânio empobrecido ataca o DNA humano e o código genético que está no esperma e nos óvulos, causando graves danos nas gerações seguintes.
No ano passado, um grupo de médicos havia solicitado às Nações Unidas investigar o aumento de doenças relacionadas com a radiação, mas o Pentágono havia respondido que não existiam estudos científicos que relacionassem os ataques estadunidenses com o aumento das doenças e as mutações.
Foto: www.tehrantimes.com
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