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2 de Junho de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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À bordo dos barcos do movimento “Free Gaza” havia ativistas de diversas nacionalidades, legisladores e ex-representantes parlamentares de diversos países, sobreviventes do holocausto, anciãos, crianças.
Dirigiam-se para Gaza carregando ajuda humanitária e estavam em águas internacionais quando foram atacados por Israel no começo desta semana, no que foi o começo de um episódio sanguento onde foram assassinadas 19 pessoas em mãos das forças israelenses.
Os relatos do que aconteceu no “Mavi Marmara”, o barco de bandeira turca que sofreu o ataque mais cruel por parte de Israel, começam a ser divulgados, e indicam que os soldados israelenses atiravam diretamente na cabeça dos tripulantes, bateram e aplicavam eletro-choques aos ativistas.
Dos cerca de 700 tripulantes que viajam a bordo do “Mavi Marmara” -a maioria deles está detidos agora em Israel-, estava a deputada israelense Hanin Zoabi, que depois contou numa rodada de imprensa que o objetivo das forças israelenses não havia sido deter o barco, “e sim causar o maior número de mortes para impedir futuras iniciativas similares”.
“Nosso objetivo era romper o bloqueio”, afirmou a legisladora, conforme figura numa nota do jornal argentino Página 12. “Não tinhamos planos para um enfrentamento. Israel efetuou uma operação militar provocadora”, acrescentou.
Rádio Mundo Real falou com a integrante do movimento “Free Gaza” (ou “Gaza Livre”, em português) Audrey Bomse, que neste momento está em Chipre. Bomse explicou que, apesar dos pronunciamentos da comunidade internacional, Israel continua mantendo aos barcos humanitários sob prisão. A ativista também referiu-se às centenas de integrantes das embarcações que permanecem prisioneiros de Israel, e afirmou que pelo menos quatro cidadãos palestino-israelenses estão sendo acusados de ter cometido graves crimes, e não tem permitido falar com ninguém excetuando seus advogados.
“Estas pessoas estão sendo acusadas de conspirar para cometer graves crimes, de portar armas, estão sendo responsabilizadas por tudo o que aconteceu no barco”, afirmou Bomse.
A ativista também contou que existe outro grupo de prisioneiros, que provém de países ocidentais, que estão permanecendo na cadeia em solidariedade com os outros ativistas presos, e que pretendem permanecer ali até que todos sejam liberados.
“O que significa isto é que pessoas que possuem pasaportes ocidentais -Estados Unidos, Reino Unido, França, Itália, Rússia, Alemanha- negam-sea ir embora até que saibam que suas irmãs e irmãos de origem palestino-israelense também serão liberados”, afirmou.
Bomse falou das ações legais que está empreendendo “Free Gaza”, e contou que Israel nega-se a proporcionar os nomes das pessoas que foram assassinadas no ataque, ou os nomes daqueles que estão hospitalizados devido aos golpes e maltratos recebidos pelas forlas israelenses.
Por último, a ativista falou sobre a resposta da comunidade internacional, e disse que se bem haviam feito “lindas declarações” sobre o que aconteceu, esperavam ver agora “algo de ação” para que se tornassem realidade.
“Se nossos governos finalmente assumem sua responsabilidade para deter o bloqueio ilegal israelense sobre Gaza, então poderemos deixar de arriscar nossas vidas para romper o bloqueio”, concluiu a ativista.
Imagen: http://www.freegaza.org/
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