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15 de Fevereiro de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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Foi a empresa favorita da grande mídia brasileira nas últimas semanas.
Essa foi a maneira que encontraram para questionar a atividade do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e a suposta “cumplicidade” dos funcionários do governante Partido dos Trabalhadores (PT).
Mas o sócio do momento não possui bons antecedentes, nem se caracteriza por suas boas práticas. O Ministério de Trabalho do Brasil apresentou na sexta-feira passada uma denúncia à justiça contra o gigante citrícola Cutrale, depois que uma inspeção detectasse irregularidades trabalhistas em mão-de-obra terceirizada que colhe frutas em suas fazendas.
A demanda, que exige uma indenização para os assalariados, inclui outras empresas do setor, como Louis Dreyfous, Citrovita e Fischer, conforme o MST num comunicado.
Falta de contribuições patronais, instalações sanitárias precárias e equipamentos inadequados, são algumas das irregularidades que encontraram os inspetores na visita às instalações de Cutrale, principal promotora (e defensora) do sistema de terceirizações em sua cadeia produtiva. Agora, no Ministério de Trabalho exigem que os colhedores sejam admitidos diretamente pela Cutrale, sem intermediários.
A relação do MST com a Cutrale, sócia da estadunidense Coca-Cola, complicou-se no fim de janeiro, quando a justiça decretou o processamento de nove integrantes do movimento que haviam ocupado terras da empresa em outubro do ano passado.
Os tribunais procederam contra os trabalhadores depois de um operativo midiático montado pela Rede Globo, que divulgou imagens onde via-se um trator derrubando laranjeiras, e que teve ampla cobertura nos dias seguintes.
O MST criticou esta armação da direita por indubitáveis “intenções eleitorais”, e iniciou uma campanha, nacional e internacional, para que sejam conhecidos os abusos da Cutrale, que, entre outras coisas, está explorando terras que pertencem ao Estado brasileiro.
Também o Sindicato de Jornalistas de São Paulo e a Federação Nacional de Jornalistas repudiaram o trabalho que a grande mídia fez com este episódio, já que não tiveram nunca em conta a posição do MST.
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