Existem denúncias sobre violações dos dereitos mais básicos dos estudantes, aos que a polícia tem tratado como criminais submetendo-os a tratos humilhantes e golpes, forçando-os inclusive a ficar nus diante dos “carabineros” (polícia chilena).

Ontem, Carabineros do Chile retirou um suboficial pela morte a tiros do jovem Manuel Gutiérrez Reinoso, de 16 anos de idade, que ocorreu nos protestos da greve nacional convocada pelos sindicatos na semana passada.

Conforme autoridades dessa polícia, o suboficial deu dois tiros “ao ar” com uma pistola Uzzi de 9 milímetros, esclarecendo que a responsabilidade dos fatos corresponde aos peritos da Polícia de Investigações.

Os restos de Manuel Gutiérrez foram sepultados no domingo passado, em um ato ao que compareceram centenas de pessoas, que exigiram justiça e responsabilizaram os carabineros pelo ocorrido.

Camila Vallejo, uma das dirigentes mais visíveis do movimento estudantil, pediu por causa destes fatos a renúncia do ministro do Interior, Rodrigo Hinzpeter.

Por outro lado, a dirigente também tem se referido à proposta de estabelecer um diálogo com o governo de Piñera, que surgiu dele e surpreendeu inclusive seu gabinete, dizendo que não pode haver diálogo enquanto a repressão policial continuar.

"Não pode haver diálogo quando a contraparte está nos reprimindo", afirmou a dirigente.

Os referentes do movimento estudantil têm ainda outros requisitos básicos que exigem que sejam cumpridos antes de que haja um debate. Por exemplo, que o Executivo detenha o envio de projetos de lei sobre educação ao Congresso e que o debate seja transmitido publicamente, "em prol da transparência e que a cidadania inteira possa estar vendo a discussão que ocorre e quais são as diferentes posições", conforme a agência Europa Press.

Foto: http://dialogandodemiconmigo.blogspot.com/