24 de enero de 2011 | Noticias | Anti-neoliberalismo | Soberanía Alimentaria
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O promovido cultivo de jatrofa para a produção de agrocombustíveis não é um investimento rentável nem sustentável adverte um novo relatório da Amigos da Terra Internacional divulgado na sexta-feira.
O estudo denominado “Jatrofa: o dinheiro não cresce em árvores”, o estudo afirma que existe cada vez mais evidência de que esse plantio não está cumprindo com as expectativas que tinham os investidores, e além disso é uma falsa solução à mudança climática pelos impactos ambientais e sociais que têm essas monoculturas.
O ativista Paul de Clerck, coordenador do Programa de Justiça Econômica da Amigos da Terra Europa, disse que “as empresas de investimento europeias fazem propaganda de que a jatrofa garante altos lucros em solos pouco rentáveis. Mas suas promessas estão longe da realidade”. “Muitos projetos (de cultivo de jatrofa) já tem sido abandonados devido a que seu rendimento tem estado abaixo do esperado, inclusive em solos de boa qualidade”, acrescentou em comunicado de imprensa da Amigos da Terra Internacional.
Conforme a federação ambientalista, empresas que cotam em bolsa e que investiram em jatrofa como D1 Oils, do Reino Unido, e Flora Eco Power, da Alemanha, têm registrado preços desastrosos de suas ações.
De fato, a petroleira britânica BP retirou-se de sua sociedade de risco compartilhado com D1 Oils devido aos resultados decepcionantes no negócio, diz Amigos da Terra. Em julho de 2007 as duas corporações haviam anunciado a criação de uma “joint venture” (D1-BP Fuel Crops) para fabricar biodiesel a partir de jatrofa plantada no sudeste asiático, Índia, sul da África, América Central e América do Sul. Previa-se que fossem cultivados um milhão de hectares durante quatro anos.
No entanto, o cultivo de jatrofa segue sendo apresentado pelas empresas de investimento como um grande negócio, que serve de matéria prima para a produção de agrocombustíves, e portanto serve, em tese, para combater a mudança climática.
Os investimentos no setor estão provocando grandes apropriações de terras na África, o que tem gerado um processo de desalojamentos de camponeses e comunidades inteiras, e fragiliza a produção fundamental de alimentos e o acesso às fontes de água.
“Na África, a terra agrícola é tirada das comunidades e os sustentos das pessoas são destruídos por mais uma falsa solução à mudança climática. Os preços dos alimentos estão aumentando novamente, no entanto a terra é tirada para cultivar combustíveis para autos”, lamentou a ambientalista Mariann Bassey, da Environmental Rights Action, Amigos da Terra Nigéria. “Queremos uma agricultura que nos permita cultivar alimentos para as pessoas”, exigiu Mariann.
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