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28 de Julho de 2010 | Notícias | Direitos humanos
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A história da barragem guatemalteca de Chixoy está tingida de sangue, e toda a responsabilidade reside na ditadura militar que assolou o país até 1986.
Os opositores do projeto hidrelétrico financiado por organismos internacionais sofreram perseguições, sequestros e foram assassinados, enquanto que os sobreviventes desse massacre, em sua maioria indígenas maias, continuem sem cobrar os ressarcimentos que lhes correspondem.
As comunidades atingidas pelas inundações do rio Chixoy ficaram sem suas terras e vivem hoje na extrema pobreza.
A partir de 1980 começou um processo de despejo forçado que prejudicou para sempre seis mil famílias, conforme informação das organizações International Rivers e o Centro Legal para a Defensa Ambiental, que têm assessorado à população local.
Estes grupos exigem que as reparações corram por conta do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento, que financiaram as obras promovidas pelos militares.
Um estudo independente encarregado pelas organizações, apresentado em 2005 conclui que o desenvolvimento da barragem foi feito “às custas da perda de vidas, terras, e economias locais, violou as leis nacionais e internacionais, e causou miséria extrema nas comunidades que antes tinham um modo de vida sustentável”.
Paralelamente a estes pedidos, as organizações ambientalistas juntam adesões a uma carta, com o objetivo de persuadir as autoridades da Guatemala, sobretudo ao atual presidente Álvaro Colom.
Em outubro de 2005, as comunidades atingidas por Chixoy foram as anfitriãs da III Reunião da Rede Latinoamericana contra as Barragens e pelos Rios, suas Comunidades e a Água, e ali apresentaram sua situação a dezenas de ativistas estrangeiros. Os milhares de guatemaltecos que sofreram os danos destas obras têm apresentado suas denúncias em diversos âmbitos, mas a justiça continua sem chegar.
Foto: Monti Aguirre, International Rivers
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