Conforme a agência de notícias Repórter Brasil, a inspeção foi realizada no dia 13 de agosto na fazenda Boa Esperança, por funcionários do Ministério de Trabalho e Emprego (MTE), do Ministerio Público do Trabalho (MPT) e da Policía Federal.

Os assalariados haviam sido contratados para fazer trabalhos de limpeza no terreno para formação de pastagem, a ser utilizada na produção extensiva de gado bovino.

Ainda conforme a denúncia jornalística, os trabalhadores tinham proibida a saída da fazenda por supostas dívidas contraídas com um sub-contratista, e por isso levavam já um tempo fornecendo serviços sem receber um salário em troca.

Conforme a matéria da Repórter Brasil“A servidão por dívidas e a retenção de documentos são duas práticas do universo do trabalho escravo contemporâneo.”

Salários inferiores ao pagamento mínimo, venda das ferramentas de trabalho (que o empregador obviamente deveria fornecer), alojamentos indecentes em chão de terra e abastecimento de água que não estava apta para o consumo, são algumas das irregularidades encontradas pelos inspetores de trabalho em Boa Esperança.

Os níveis de trabalho escravo nos estados do nordeste do Brasil são preocupantes. Nesta semana a Comissão Pastoral da Terra (CPT) publicou um relatório sobre os índices de conflitividade vinculados à luta pela terra, e ali 54% dos conflitos no campo aconteceram na região nordeste.

Por outro lado, também foram registradas práticas de escravidão em outros estados do país, por exemplo no Mato Grosso do Sul, que envolvem trabalhadores que chegam do nordeste, mais precisamente dos estados de Maranhão, Piauí e Pernambuco.

Repórter Brasil também havia denunciado que entre de 18 a 19 de agosto uma fiscalização de entidades governamentais permitiu a liberação de 14 assalariados rurais que haviam chegado do norte do país, e que estavam sob um regime análogo à escravidão numa fazenda próxima a Campo Grande, a capital de Mato Grosso do Sul.

Foto: Repórter Brasil