16 de febrero de 2011 | Noticias | Anti-neoliberalismo
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O governo francês expressou na terça-feira que segue atento as negociações entre a União Européia (UE) e o Mercosul para a firma de um acordo de livre comércio, afim de garantir que os agricultores dos dois blocos fiquem sujeitos às mesmas regras.
Os sócios plenos do Mercosul são Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Na semana passada o comissário de Comércio da UE e encarregado dos assuntos comerciais das negociações, Karel De Gucht, disse no Uruguai que as tratativas para a firma de um acordo de associação, que inclui um comercial, têm avançado rapidamente. Acrescentou que seu bloco quer que seja firmado o convênio neste ano.
Mas a França está preocupada pelas consequências que esse tratado poderia ter para seus agricultores. “Se queremos um acordo comercial equitativo entre a UE e o Mercosul, isso não pode ser feita de costas aos agricultores europeus, deve ser feita com base em um estrita reciprocidade de regras que sejam aplicadas a uns e outros”, disse ontem o ministro francês de Agricultura, Bruno Le Maire, conforme a agência AFP.
O comissário europeu de Comércio esteve nos dias 8 e 9 de fevereiro em Montevidéu, capital uruguaia, e se reuniu com vários representantes do governo desse país. O Uruguai vai assumir a presidência pro tempore do Mercosul no segundo semestre deste ano. Conforme o jornal uruguaio El País, De Gucht afirmou em sua visita oficial que o ritmo de negociações para atingir um acordo de livre comércio entre o bloco sul-americano e a UE é “inusual” e que prevê que seja concretizado num prazo “breve”.
Em rodada de imprensa, o representante europeu manifestou que acredita “firmemente” em que ambas partes estão em posição de poder chegar a um acordo, embora reconhecera que “não vai ser fácil”. “O momento político é bom porque há uma crença cada vez maior na Europa de que devemos nos aproximar e trabalhar juntos”, acrescentou.
Conforme De Gucht, as dois regiões devem se unir para enfrentar o crescimento da economia chinesa, embora disse não ter “medo” pelo crescimento desse país. Explicou que caso for concretizado um acordo entre a UE e o Mercosul, os dois blocos constituiriam um mercado de 700 milhões de consumidores com renda alta e média, o que seria o maior poder aquisitivo do mundo. “É um bom negócio se conseguimos fazê-lo”, disse De Gucht.
O diretor de Assuntos Econômicos, Integração e Mercosul, da Chancelaria uruguaia, Álvaro Ons, disse a El País que “há compromisso” desse bloco e a UE de fechar um acordo “em algum momento do segundo semestre do ano”. O objetivo é atingir um acordo “equilibrado, com liberação tarifária importante”, comentou.
Apesar dos posicionamentos otimistas manifestados no Uruguai pelos dois blocos, deve se esperar o desenvolvimento das negociações e especialmente seguir o forte posicionamento de alguns países europeus liderados por França, que estão contra a eliminação de seus subsídios à produção agrícola.
Está previsto que a UE e o Mercosul tenham novas instâncias de negociação em março em Bruxelas, Bélgica, e em maio em Assunção, Paraguai.
As negociações para atingir um acordo de livre comércio entre os dois blocos começaram em 1996 mas foram interrompidas em 2004. Após seis anos detidas, as negociações foram relançadas em 2010.
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