16 de abril de 2012 | Entrevistas | Anti-neoliberalismo | Derechos humanos
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“Livre comércio, guerra suja, impunidade e direitos dos povos”. Esse é o título que levará um novo capítulo nacional do Tribunal Permanente dos Povos (TPP), e que neste caso pretende dar visibilidade à situação de “violência estrutural” que vive o México como consequência da aplicação dos tratados de livre comércio, conforme seus promovedores.
Nesta atividade, que se desenvolverá em principio, do 27 e 29 de maio em Ciudad Juárez, pretende “revelar os mecanismos de simulação e desvio de poder que sistematicamente” exerce o Estado mexicano.
Para este TPP haveria sete eixos de trabalho: a guerra suja como gênese da violência, impunidade e falta de acesso à justiça; migração, refúgio e desalojamento forçado; feminicídio e violência de gênero; violência contra os trabalhadores; milho, soberania alimentar e autonomia; devastação ambiental e direitos dos povos; e por último desinformação, censura e violência contra os comunicadores.
A eleição de Ciudad Juárez não foi feita por acaso: trata-se de um dos centros urbanos mais violentos do mundo, onde se cometem cerca de 30 assassinatos por dia, na maioria dos casos contra mulheres.
O TPP, vale lembrar, tem como antecedente o Tribunal Russell, que julgou os Estados Unidos pelos crimes cometidos na guerra no Vietnã. Também condenou as ditaduras militares que operaram na América do Sul e os atos cometidos contra o povo colombiano, na denominada “guerra contra o narcotráfico”.
Outras referências levadas em conta pelo TPP são a: Declaração Universal dos Direitos dos Povos ou Carta de Argel de 1976, os Arquivos do Processo de Nüremberg, os Acordos sobre Direitos Humanos da ONU e a Carta de Direitos e Deveres Econômicos dos Estados.
Para falar do capítulo mexicano desta iniciativa, Rádio Mundo Real entrevistou Ramón Vera, integrante da Rede Pela Defesa do Milho, e membro da organização GRAIN.
Vera explicou que este processo não só visa dar mais visibilidade ao clima de violência sistemática como também evidenciar como os tratados de livre comércio têm se transformado em ferramentas de impunidade para as empresas transnacionais.
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